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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Lago









































Vinha, Cedryc, galopando pela floresta, quando ouviu um choro.
Parou, aguçou o ouvido...misturado ao farfalhar das árvores, havia um pungente choro. Curioso, dirigiu-se ao centro da floresta, a despeito dos avisos para evitá-la, não acreditava em supertições...avançou mais, até chegar à um lago, oculto no coração da floresta; à beira desse, uma linda e desolada mulher, tocava a água tentando, em vão, alcançar algo...aproximou-se e constatou o quanto era linda! Ao vê-lo, suplicou que a ajudasse a pegar seu cordão que caíra ao banhar-se.
Seduzido pela beleza dela, ele prontamente inclinou-se para buscar a jóia. Mas ao ver o reflexo de ambos n'água, surpreendeu-se...a linda mulher ao seu lado, estranhamente, refletia disforme, ressecada, olhos vazios, presas...olhou à que estava ao seu lado, e permanecia bela como antes, não aquele reflexo horrendo! Olhou para a água e notou que aquela "coisa" refletida, movia os lábios como se fosse sugar ou aspirar e sentiu-se tonto, enfraquecido...começou a sufocar e secar. À medida que murchava, o reflexo rejuvenescia, igualando-se à bela sentada à margem.
Cedryc secou até tornar-se um monte de pó e cascalho no chão ao lado da jovem que lhe pedira socorro e que, agora, semeava o lago com as cinzas de seu benfeitor.


Ariadne.

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