Seguidores

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Carência


 

Caminhava na escuridão
envolto em seus negros crepes...
podia ouvir a respiração, o pulso
daquela cujo licor sanguíneo
saciaria sua sede.

A mortalha descera sobre
sua alma à séculos...
carecia de tudo que
aos demais sobejava:
alegria, esperança, expectativa...

Seu caminhar pelo negrume noturo
era cadente e monótono...
algo à que se acostumara
em séculos de caçada.
Apenas não esperava

Ao aproximar-se dela
que o odor de sua pele
o brilho de seus olhos
o capturasse como
a um pássaro!

Viu-se preso...
de novas sensações
à muito esquecidas,
o caçador tornou-se presa!
Preso aos encantos dela...

Não a bebeu, não a matou
admirou-a...
Deixou-se envolver
na quente e vaporosa
presença dela!


Ariadne

Nenhum comentário:

Postar um comentário