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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alimento




Na desesperada busca
por saciedade
rompo minhas veias
e sorvo o poluído, desgastado
e quase insípido sangue.

Que confere vida,
desejo, ânsia e dependência...
Necessito de seu calor
de seu sabor metálico
e viscosidade ardente!

Trancada em meu quarto
não encontro meios de saciar
a sede incontrolável e bebo-me
ansiosa, faminta, desesperada!
Mas não me satisfaço...

O sangue está insípido
desprovido da plenitude de um
vindo de alguém cheio de vida
frescor, sonhos, entusiasmo
alegria!

Desesperada na infrutífera
tentativa de fugir e obter
o precioso líquido rubro
quebro o espelho do banheiro
e findo meu martírio degolando-me.

Ainda pude ter nos
instantes finais
a adorada dor, o amado odor
a bela cor tingindo minha face
uma última vez!.



Ariadne

Retorno


Oh! Negros e esvoaçantes cabelos...
Nenhuma expressão, olhos vazios...
essa é a máscara da morte!

Negras, brilhantes e fulgurantes asas
retirem-me deste pântano humano!
Liberte-me do cárcere corporal!

Vós, vendo-me maltrapilha
esgotada e aflita
elevando as mãos

Em ardente suplica
ouça-me, ó Anjo Libertador,
o Ceifador divino.

Rompa de vez
o grilhão que me prende
a esta prisão carnal!

De repente sinto o suave
e contundente empuxo...
Flutuo em inúmeros cículos

Alívio, desespero, esperança, trevas...

Vejo o sombrio lar
das almas angustiadas
em sangrenta disputa!

Emersas em profunda e sombria
habitação dos aflitos e deserdados
desesperançados, corações partidos...

O lar de todos que procuram
no crime, na morte, nos vícios
a razão da vida!

Diante de tão dantesca visão
suplico, rogo, clamo perdão...
Mais uma chance de alcançar iluminação!

E qual trovão ressoou
no Abismo a Voz soberana
de único Senhor

Cheia de autoridade, nobreza
clemência e piedade
atinge-me em cheio a despedaçada alma...

Conturbada, vacilante e criminosa
envergonho-me ao receber
o tão ardente desejo

De retornar em nova oportunidade
às lides e responsabilidades
vergonhosamente abandonadas...

Corrigir o erro, reformar o passado
recuperar o tempo perdido no
profundo e sombrio abismo da ignorância!



Ariadne

Lucian Freud






Lucian Michael Freud (Berlim, 8 de dezembro de 1922 - Londres, 20 de julho de 2011) foi um pintor nascido na Alemanha e naturalizado britânico em 1939.



Juventude

Filho de pais judeus, Ernst Ludwig Freud, arquiteto, e de Lucie Brasch, era neto de Sigmund Freud e irmão do escritor e político Clement Raphael Freud e de Stephan Gabriel Freud.
Freud e sua família se mudaram para o Reino Unido no ano de 1933 para escapar do regime nazista, e ganhou a cidadania britânica no ano de 1939. Durante esse período estudou na escola Dartington Hall, em Totnes, Devon, e posteriormente na Bryanston School.



Início da carreira

Freud estudou brevemente na Central School of Art em Londres, depois, com grande sucesso, na Cedric Morri's East Anglian School of Painting and Drawing em Dedham, e também na Universidade londrina de Goldsmiths de 1942 a 1943. Desde então, ele serviu como marinheiro mercante no comboio atlântico em 1941 antes de ser invalidado do serviço em 1942.
Sua primeira exibição solo, na Lefevre Gallery em 1944, apresentou o agora celebrado The Painter's Room. No verão de 1946, ele viajou até Paris antes de ir para Itália e lá ficar por vários meses. Desde então morou e trabalhou em Londres.
As primeiras pinturas de Freud são frequentemente associadas com o surrealismo e por apresentar pessoas e plantas em justaposições incomuns. Esses trabalhos são normalmente pintados com pintura bastante magra, mas a partir da década de 1950 ele começou a pintar retratos, geralmente nus, para a quase completa exclusão de tudo o mais, e começou a usar um impasto mais espesso. Com o uso dessa técnica, ele limpava seu pincel a cada pincelada. As cores nessas pinturas são tipicamente emudecidas. Os retratos de Freud geralmente apenas representavam os modelos, as vezes nus no chão ou na cama, mas as vezes o modelo é justaposto com algo mais, como em Menina com um cão branco e Homem nu com chapéu. Os temas de Freud são geralmente de pessoas nas suas vidas; amigos, família, amores, crianças. Nas palavras do artista "o assunto do tema é autobiográfico, tudo sempre tem a ver com esperança e memória e sensualidade e envolvimento, mesmo."
"Eu pinto pessoa - diz Freud - não precisamente pelo que elas parecem, não exatamente pelo que elas são, mas como eles deveriam ser." Freud pintou um bom número de amigos artistas, incluindo Frank Auerbach, e também Henrietta Moraes, uma musa para muitos artistas do bairro londrino de Soho.


Anos recentes

 

Freud era um dos mais conhecidos artistas britânicos que trabalhava com um estilo tradicional representativo, e recebeu o Prêmio Turner no ano de 1989. De acordo com o jornal Sunday Telegraph de 1 de setembro de 2002, Freud teria cerca de 40 filhos, reconhecendo todos quando se tornam adultos. Depois de seu romance com Lorna Garman, ele se casou com sua sobrinha Kitty (filha do escultor Jacob Epstein e da socialite Kathleen Garman) em 1948, mas seu casamento acabou depois de quatro anos quando ele iniciou um romance com Lady Caroline Blackwood, escritora. Eles se casaram em 1957.
Sua pintura After Cezanne, que é notável pelas suas formas incomuns, foi comprada pela Galeria Nacional da Austrália por 7,4 milhões de dólares. A sua parte superior esquerda desta pintura foi 'grafitada'.
Lucian Freud foi professor visitante na Slade School of Fine Art de 1949 a 1954, na Universidade de Londres.
Apesar de internacionalmente conhecido como um dos mais importantes artistas do século XX, há poucas oportunidades de ver as pinturas e gravuras de Lucian Freud na Grã-Bretanha. Em 1996, houve uma grande exibição de 27 obras e 13 gravuras na Abbot Hall Art Gallery em Kendal, cobrindo todo os períodos da obra de Freud. Isso foi notavelmente seguido por um grande retrospectivo na Tate Britain em 2002. Durante o período de maio de 2000 a dezembro de 2001, Freud pintou a rainha Isabel II do Reino Unido.
Morreu em julho de 2011, aos 88 anos.



Benefits Supervisor Sleeping


A obra Benefits Supervisor Sleeping, de 1995 foi vendida por 33,6 milhões de dólares, o equivalente a 21,7 milhões de euros, em Maio de 2008 pela Christie's de Nova Iorque. Com esse valor, tornou-se a obra mais cara de um artista vivo já vendida até ao momento.



































quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Jardim do Mal




Margareth era uma jovem linda e adorável! Longos cabelos negros, olhos verdes brilhantes, na casa dos trinta anos, professora. Era amada por todos. Boa amiga, boa vizinha, boa professora, um tesouro...o que fazia que muitas mães pedissem à ela que cuidasse de seus filhos como babá, serviço que ela sempre adorou fazer, como cuidar de seu magnífico jardim onde reinava onipotente uma pessegueira divina, repleta de frutos carnudos e sumarentos..
Todos desejavam saborear aquelas jóias, mas Margareth nunca permitiu, mantendo seu quintal protegido com muro e cães perigosos para evitar que tocassem seus pêssegos. Eu pensava :"-Como alguém tão gentil podia ser tão avarenta? E com frutas?", porém o mais estranho era quando ela os dava.
Algumas vezes Margareth trabalhava como babá a pedido de pais de alunos e então ela levava um lindo pêssego para a criança que cuidaria; até aí nada demais, até que muitos de nós gostaríamos de saborear os tão desejados pêssegos, mas eles eram apenas para as criança, isso e um  fato estranho me fez prestar mais atenção à "doce" vizinha.
Dias após comerem o pêssego a crianças morriam! Ninguém nunca notou nada pois as crianças não morriam logo após comerem o pêssego, mas dias conforme a idade delas, como a Paula morreu nove dias após os "cuidados" de Margareth e ela tinha nove anos; Bruno, cinco dias após e tinha cinco anos...comecei a reparar que acontecia com todas as crianças, mas todos achavam que era em vírus ou tragédia mesmo pois nada apontava para a tão boazinha vizinha Margareth! Mas eu sabia a verdade e iria provar! Passei a olhar para a árvore por um buraquinho no muro e vi ela recolhendo um fruto e depois beijando a árvore!!! Quem faz isso?! E depois ela dava esse fruto exclusivamente para uma criança e essa morria! Como suspeitava ela era uma bruxa assassina!
Corri pra casa e contei tudo pra mamãe, sobre a bruxa Margareth estar matando as crianças com pêssegos amaldiçoados e ela me mandou pro quarto por inventar mentiras tão horriveis, que eu aprendesse a respeitar os mais velhos! Tentei retrucar mas não teve jeito, fiquei tão furiosa, só eu sabia a verdade e como faria para deter a assassina de bebês? Só tenho oito anos...
Sentei carrancuda num canto até que tive uma idéia! Seguirei a bruxa e descobrirei seu segredo, uma prova para todos acreditarem em mim! Após todos estarem dormindo, pulei a janela peguei minha bicicleta e fui direto pra casa da bruxa Margareth, olhei pelo buraquinho e lá estava como sempre acariciando e beijando a árvore, muito estranho! Talvez ela fosse só louca mesmo...Então ela pega uma pá e uma bolsa e vai para o carro. Os cães ficam latindo e correndo vigilantes assim que ela sai.
Fui atraz correndo o máximo que pude na bicicleta e vi que ela entrou no Jardim Eterno, o cemitério da cidade. Fiquei chocada, por que ela foi lá, à noite com uma pá e uma bolsa? Então ela parou ao lado do túmulo recente de Mary de seis anos, morta à seis dias!
Ela cavou até retirar o corpinho de Mary e colocou-o na bolsa; depois enterrou o caixão vazio e recolocou as flores, como estavam antes da violação; pegou a bolsa com o cadáver e voltou para casa em seu carro sombrio.
Eu fiquei horrorizada! Nunca pensei que isso pudesse existir, eu contaria pra todo mundo, pra mamãe, pra polícia...todos! Voltei para a casa dela a tempo de vê-la indo à árvore com o cadaver de Mary, já fora da bolsa; então ofereceu-o à ávore que, não acredito nos meus olhos, abriu uma fenda, como boca e engoliu-o inteiro! Em seguida surgiu um pêssego lindo e maduro.
Eu caí de joelhos vomitando e chorando, não posso acreditar! Quero a mamãe, tento levantar mas as mãos fortes de Margareth me prendem e arrastam para seu quintal. Tampando minha boca o tempo todo quando de repente ela me sacudiu forte e falou:

- Então você está bisbilhotando né? Quer saber o que acontece? Hã... diga! Ah sim, você saberá. Este, apontando a árvore, é meu filho Nicholas, morreu aos dez anos e eu pedi ao Esquecido, à Tzulakan, um grande Demônio da Estirpe Antiga, ele retribue àqueles que o servem, e me tornei sua serva. Se ele me devolvesse meu filhinho eu entregaria quantas almas de crianças ele quizesse em troca do meu filho. Então enterrei meu Nick aqui, nesse jardim que ele gostava tanto de brincar e esperei...Ao amanhecer esta árvore estava no local que enterrei meu anjinho, estava seca, desfolhada; então Tzulakan me disse que era o meu filho e para ele viver teria que se alimentar dos corpos das crianças que eu entregaria à ele, ao dizer isso entregou-me um pêssego e disse:
- Essa é a fruta da morte para outra criança e da vida para a sua. Você tem até ao meio-dia para entregar-me uma alma e um corpo ao seu filho. A escolha é sua, dizendo isso voltou para o Vazio. Se Nick não comesse se tornaria apenas cascalho. E, logo que ele se alimentou um milagre aconteceu! Ele ficou forte, lindo, belas folhas, frutos maravilhosos surgiram...foi um milagre! Gritou erguendo os braços.
- Não! Ele é um monstro! - gritei - solte-me, quero a mamãe! supliquei.
Ela agarrou um pêssego e enfiou-o em minha boca, tentando fazer-me comê-lo. Eu me debatia contra a bruxa e consegui soltar-me, cuspi o pêssego maldito e me escondi no quintal até poder fugir. Ela gritou que soltaria os cães e eu resolvi correr, peguei um machado que estava na garagem e corri mas ela apareceu na minha frente de repente; tentou tirar o machado de mim e na briga ele escapou e acertou a àrvore que soltou um hurro indescritível, começando a sangrar.
Margareth pôs as mãos na cabeça gritando como louca! Foi então que comecei a dar mais e mais machadadas e o sangue escorreu abundante da àrvore que começou a perder seus pêssegos. A gritaria chamou a atenção dos vizinhos e consegui fugir.
Quando a polícia chegou contei tudo, mas não encontraram Margareth, e ao examinar a árvore encontraram órgãos e corpos em sua barriga e ela tinha olhos e boca! Ninguém conseguia entender ou explicar o que era aquilo, o que houve naquele jardim? Eu não queria saber de mais nada além do colo e afagos da mamãe, que me colocou no leito quentinho e seguro de meu lar. Todos me chamavam de heroína e queriam me abraçar, mas eu só queria dormir! Me estiquei toda e suspirei aliviada com olhos fechados, pronta para dormir quando uma mão tampa minha boca. Abri os olhos e horrorizada vi Margareth sobre mim, segurando-me, ela me bateu e desmaiei...
Escuro profundo, ruídos de escavação, aos poucos acordo e lá estava Margareth cavando um grande buraco perto de uma cabana em ruínas; eu estava amarrada e amordaçada, não podia fugir!
Margareth maltrapilha e suja, jogou-me no buraco, então pegou uma faca e abriu um buraco na minha barriga, colocando um pêssego dentro; entra a comemorar dizendo, enquanto me cobre de terra:
- Meu filhinho, meu filhinho amado...voltará para a mamãe!



Ariadne

Dragão Vermelho




Céu de outono
segundos antes d'alvorada
o límpido e profundo azul
se incendeia com as chamas
vermelhas de Sol ardente!

Espalhando-se timidamente
como um pincel vai
pintando a imensa tela azul
de rajadas vermelhas fulgurantes
entre cedosas e marmóreas núvens.

Assim és tu, meu adorado!
Olhos límpidos e profundamente azuis
maravilhosos e incomparáveis cabelos ruivos
descendo por seus ombros
como uma cachoeira ardente!

Em ondas sinuosas e hipnóticas,
iluminando-te e ao ambiente...
quando sacudidos pelo vento,
libera fagulhas inclementes
incendiando minha antes segura e plácida vida!

Você é como um ser mítico,
um semi-deus de andar altivo
corpo escultural, voz trovejante...
tem ornada a cabeça, pelos deuses
de incomparável coroa solar...

Uma verdadeira visão
de ser fantástico que habita
Altas Esferas e que de vez em quando
ilumina, arrasta, enlouquece...
indefesas, sequiosas e desesperadas mortais!

Um beijo, um toque...
sentir o perfume de seus cabelos e,
me queimaria inteira de desejo
na pira flamejante de teu corpo!
Não me importo! Quero-te!

Quero arder... me consumir!
Absorver e ser absorvida
Juntar-me à sua essência...
Não busco absolvição mas
a dissolução no teu ser!



Ariadne


Gota de suor





O dia estava escaldante!
Corpos suarentos e apressados locomovendo-se rápido, fugindo do calor sufocante! Sentei-me num banco sob uma árvore; a brisa quente não ajudava em nada. O senhor ao meu lado levantou-se e partiu buscando alívio noutra parte, foi então que um jovem carregado de livros, sentou-se no lugar vago respirando profunda e rápidamente pelo esforço àquela temperatura, pude sentir uma onda morna e agradável vindo dele; o odor de sua pele e o perfume de seus cabelos... Não resisti mais e, olhando de soslaio, vi a coisa mais perturbadora da minha vida! Uma gota de suor cristalina escorre de sua testa, desliza nos pelos de sua barba por fazer e desce, desliza, percorre seu pescoço. Deslizando...deslizando...sinuosa como a Serpente nos oferecendo o pecado, mas o pecado já estava me consumindo e não havia salvação para minh'alma ansiosa!
Ele terminou seu suco, recolheu seus livros e, ao partir, movimentos cadentes e hipnóticos levam para longe aquela maldita gota de suor, que acabou com meu sossego e deixou-me molhada...de suor!




Ariadne

Inferno




Subi ao cume das paixões
para ver nos corações
as marcas dos dissabores!
 Vivi horas de horror...
Quantas ilusões perdidas!

Pasmo, passo agora, sôfrego a lutar
e ao lume da brasa densa
espelho apenas de minha nudez, insensatez
crueldade, vilania e sordidez
pergunto-me:

Para onde vou luz do dia?
tu que para mim sorrias
por onde anda tua luz?
Nenhuma resposta obtenho,
mas com brilho feérico e sombrio

Estranha e bizarra entidade
às gargalhadas grita-me:
prisões, mentiras e ruínas
derramaste á tua passagem.
Dizia à todos: Venham à mim!

Sou aquele a quem buscais!
o representante da glória e poder celestiais!
Ajoelhem-se, cubram-me
com ricos mantos, adornem-me de jóias,
e obtereis seus desejos mais insanos!

Agora procuras a Claridade?!
Tú, ser das trevas?
Já que suplicas à Luz
Tome-A e cegue teus olhos
com a visão infernal dos crimes teus!

Tomado de pavor gritei:
-Oh horror! Por favor
cesse a Luz, ocultem meus
crimes infames! Afastem essas
macilentas faces cobrando-me reparação!

Suplico-te criatura infernal...
Arranca-me os olhos
Não me obrigues a ver este mal
estas pobres vítimas exibindo-me
a dor, desgraça e a mutilação que causei!

Com riso demoníaco
 o Ser das Trevas responde
ao desesperado infrator:
- Engana-te, verme, ao pedir-me
a cegueira como fuga aos crimes teus!

No Inferno cada um cozinha
na caldeira que ergueu!
Recolhas os frutos semeados
e sustenta-te com eles
eternamente!


Ariadne

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Prazer Mortal




Braço forte cingia-a, enquanto sentia o calor do corpo viril inundando o seu, despertando-o a cada toque!

Suas mãos moveram-se lentamente acariciando meus seios e depois puxando meu cabelos...passou o lábio em meus ombros e pescoço enquanto suas mãos deslizavam por meu corpo nú, estremecendo-me!!! 
Beijos ávidos de meus lábios para meu pescoço, perfurando-o com suas presas ao mesmo tempo em que me penetra com movimentos fortes e constantes.
Eu apenas gemia de prazer, dor, medo...mas aos poucos enfraquecia e vislumbrava a morte...
Tive o maior de todos os orgasmos nos braços da morte!
Era sugada e esvaziava-me em essência, sangue e prazer no voraz lábio daquele que me proporcionava o supremo prazer e a união à sua vida!


Ariadne

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pesadelo real




Tento dormir mas não consigo
ouço arranhaduras na parede
minha respiração pára
Meu coração galopa!

Um suspiro, não um gemido
acompanha o arrastar das garras
posso ouvir algo aproximando-se
encolho-me aterrorizada no leito...

Em pânico lutando por respirar
subtamente tudo se aquieta!
silêncio tumular enche o quarto...
respiro ligeiramente aliviada.

Estico meu corpo dorido
do esforço de ocultar-me
e viro-me no leito a fim de dormir
tudo deve ter sido um pesadelo!

Não pode ser nada!
Mas, por que a sensação
de medo, de pavor continuam
ali pulsando junto ao meu coração?

Tenho medo de mover-me
e acontecer algo
algo que não creio existir,
não existem criaturas sobrenaturais!

Assassinos e ladrões talvez, mas
monstros? Não...
Acasa está trancada, alarme ligado
talvez fosse apenas um galho

Batendo nas janelas
preciso dormir e esquecer
esse pesadelo tão terrivelmente vívido...
Mas de repente sinto

inexplicável e congelante frio
calafrios percorrem meu corpo
fazendo-o estremecer...
o medo despedaça minhas esperanças

De que tudo está bem.
Não está e eu não sei
o que fazer, como agir
pânico...pânico...pânico...

Subitamente meu lençol
move-se sozinho
algo começa, a esgueirar-se lentamente
sob ele, arrastando-se por meu corpo!

Aproxima-se cada vez mais
posso sentir um corpo enorme
sobre o meu; pesado, asfixiante.
Arfando de terror levanto o lençol

Horrorizada nada vejo,
mesmo sentindo-o...
então um forte puxão
prende meus braços subjugando-me

Cai o lençol definindo
uma silueta masculina e bizarra,
algo pontudo perfura ferozmente o lençol
tentei gritar, mas uma mão

Invisível tampa minha boca
enquanto uma outra sujeitava minhas mãos
a coisa acomodou-se sobre mim
e penetrou-me

Com bruscos movimentos
derruba totalmente o lençol
no chão  e vi...oh horror!
Nada possuindo-me!!!

Mas podia sentí-lo dentro de mim
brutal, terrível, selvagem...
minha mente alucinava e comecei a enfraquecer
mas não o suficiente para desmaiar.

Permaneci presa
da fúria lascíva de
algo que não podia ser visto,
que não podia existir!!!

Minutos que pareceram séculos
findaram-se e senti uma
lambida em meu pescoço
a língua desceu até meu ombro, mordendo-o.

Dor cruenta levou-me ao desespero
a coisa mordeu-me e desapareceu...
Em choque permaneci deitada , perdida
acabei desmaiando.

O relógio despertou-me como sempre
conclui que o ocorrido fora tudo pesadelo
mas estava exausta, dolorida e enjoada
parecia ter lutado, mas havia dormido...

As horas se adiantavam e
precisava preparar-me para mais um dia
frustante de trabalho.
Desço do leito e percebo o lençol rasgado...

Surpresa e aterrada lembro
do pesadelo terrível da madrugada e
ao mover o braço sinto aguda
dor no ombro!

Batera o ombro dormindo e
criara subconscientemente
aquele pesadelo horroroso?!
Claro ...só pode ser isso.

Levanto-me alongando o
corpo estranhamente dolorido
quando vejo no reflexo do vidro da janela
marcas de presas em meu ombro!

Cambaleei estarracida!
Caí ao chão chocada, petrificada...
De repente uma dor terrível
me derruba de vez no chão e vejo minha barriga

Oh Deus! Está crescendo...ficando enorme!
a cada momento maior, despedaçando-me
por dentro para ganhar espaço
 dor alucinante, e repentinamente

Algo sai de mim
tudo foi tão rápido...tão rápido...
moribunda ergo a cabeça e
vejo horrorizada, algo invisível

Visivel apenas pelo sangue placentário
que escorria por seu corpo
e, caindo, ocultava-o ainda mais
no ar à minha volta...

Antes de sumir de minha vista
aquilo começa a aproximar-se e,
 rasgando meu ventre com garrar demoníacas
alimenta-se de minhas entranhas...

Satisfeito da carne materna
devorada feroz e avidamente
ele retorna para o Vazio
buscando uma infeliz concumbina, um útero!



Ariadne

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diário de um morto



Essa será a única página de um diário idiota proposto por meu médico!


17/10/2011



Geralmente as idiotas começam: Querido diário...  querido por quê? A conversa é inesistente, assim como o companheirismo e o que esse monte de papel pode realmente fazer , além de registra nossos fracassos, desilusões e tristezas...pra isso não preciso dele!
Mas, enfim prometi cooperar, nem sei porquê...talvez o choro de minha mãe, eu queria que ela ficasse calada!!! Diabos...


Vamos lá:

A noite tomo todos os remédios que encontro a fim de aliviar dores físicas e emocionais. Quero dormir e esquecer que mais este dia existiu, e mais, e mais e mais...numa sucessão internimável de despertares para dias malditos. Isso nunca acaba, a dor que nada aplaca ou finda, está lá dentro te sufocando e voc~e tenta em vão respirar, mas não consegue...porque respirar dói, significa que você ainda está aqui.

Por instantes pensamentos, sons, lembranças surgem e cada vez mais a terrivel mão da desesperança nos puxa e a cada instante o espaço entre o ser e deixar de ser diminue.

O líquido doloroso continua a subir e fica mais dificil encontrar um espaço para respirar. Ser está escapando por meus frágeis dedos, que já não suportam escalar os profundos vales de dor para a cada vez voltar.

Talvez ir seja mais sensato e menos doloroso.
Estou cansada!

Espero que este diário de uma página te seja útil, Doc., não escreverei mais nada...escreve aquele que busca e eu cansei de buscar e nada encontrar.


Finito



Ariadne

Herança





Herdeiros de Licão
raça poderosa e orgulhosa
reinamos na noite sombria

Guardiões da morte
somos dentre todos
os mais vivos e livres!

Tenho teu cheiro em meu focinho
teu pulso em meu ouvido
tua cor sinaliza aos meus olhos!

Não há fuga ao me avistar
não há clemência ao te alcançar
sou a morte, a dor, o horror!

Mas para alguns,
sou a saída, a transformação
a porta para outra vida!



Ariadne










domingo, 16 de outubro de 2011

O Espectro




Nas noites de luar
a claridade prateada e
convidativa da lua
ilumina estranho ser
a vagar...

Por entre criptas, mausoléus e murchos arbustos
pôe-se a observar o trânsito
barulhento e displicente de
jovens alheios à sua presença
e aos seus desejos!

Anseia provar a carne jovem
e sorver o delicioso e quente
licor vivificante, sobretudo
anseia desesperadamente
sugar suas almas sonhadoras...

Ela quer o que lhe foi
tirado à séculos por fanáticos
e covardes inquisidores, cruéis
serviçais do mal, da ganância
e da vilania...

Mas hoje, perambula, àvida!
Oculta na eterna noite e
mergulhada em cruenta obscuridade
busca subjugar os desavisados
que vagueiam por seus domínios.

Capturando-os e alimentando-se
de seus corpos e almas,
a criatura das sombras agora
dispersa os restos ressequidos
de suas vítimas na terra

Àrida, estéril e amaldiçoada
de seu eterno lar,
desde a partida de seu mestre
e amante, à chegada da horda
assassina e ignorante!

Julgaram-na ser bruxa
e queimaram-na na fogueira
aos gritos e maldições,
desconhecendo que a vingança cruel
faria dela a mais terrivel e real lenda local!



Ariadne

Milo Manara





Milo Manara, redução do nome original Maurilio Manara (nascido em 13 de Setembro de 1945) é um desenhista italiano mais conhecido pela vertente erótica da sua obra.

Manara nasceu em Luson. Depois de estudar arquitetura e pintura, estreou no mundo dos quadrinhos em 1969 com a obra Genius um conto noir sensual e sombrio na linha de HQ’s como Kriminal e Satanik. Trabalhou para publicações menores (Jolanda, revista de arte soft core, e a revista satírica Telerompo) até ter sido convidado pelo "Il Corriere dei Ragazzi” para trabalhar com escritor Mino Milani. A primeira história dos dois chamava-se "HP e Giuseppe Bergman", de 1983. A sigla "HP" é a abreviação do nome de um grande amigo deles, o artista e caricaturista italiano Hugo Pratt. Bergman havia sido criado por Manara cinco anos antes, para a revista francesa “À Suivre”.
Os quadrinhos de Manara geralmente giram em torno de mulheres elegantes, bonitas expostas a cenários e enredos eróticos improváveis e fantásticos. Em alguns de seus livros mais famosos estão os contos "Il Gioco" (1983, em quatro partes, de "Click!"), sobre um dispositivo que deixava as mulheres incontrolavelmente excitadas, e "Il Profumo dell'invisibile " (de 1986, em Butterscotch), sobre a invenção de uma tinta que deixava seu portador invisível.
Um dos seus trabalhos mais aclamados foi justamente em colaboração com Hugo Pratt, The Ape, para a Heavy Metal revista cult do início dos anos 1980, que reconta a história de Sun Wukong, o deus-macaco da mitologia chinesa - com humor, arte sensual e uma série de críticas políticas.
O estilo de Manara favorece linhas mas simples e limpas para mulheres – que são muito voluptuosas, diga-se de passagem - e reservam traços mais complexos para seus monstros ou outros elementos sobrenaturais. Como o seu compatriota Tinto Brass, tem uma evidente fixação por mulheres com bumbuns firmes e bonitos, quadris largos e semblante angelical.
Muitos de seus quadrinhos contêm temas como bondage, sadismo, e voyeurismo, coisas sobrenaturais, e a tensão sexual sob diversos aspectos da sociedade italiana. Os seus trabalhos são bem esclarecidos e explícitos, mas o humor geral é mais divertido que misogênico. O talento de Manara criou ao longo do tempo um clima de assombro e êxtase, e onde quer que esteja é celebrado e homenageado por fãs, e, devido a muitas de suas incursões aos quadrinhos mais “tradicionais”, também é extremamente reverenciado pela mídia popular ou especializada.
O seu trabalho atingiu o público no continente americano em grande parte por seus trabalhos expostos na revista Heavy Metal. Curiosamente, Manara é menos popular na Itália que na França, onde é considerado um dos quadrinistas mais importantes do mundo.
Em Julho de 2006, Manara desenhou um capacete para Valentino Rossi, feito especialmente para o Grande Prêmio da Itália, em Mugello. Valentino Rossi declarou que “Milo Manara desenhou histórias que se tornaram parte da mitologia da minha vida, seus quadrinhos e alguns dos meus heróis como Steve McQueen, Enzo Ferrari, Jim Morrison, e outros como o meu cão Guido, fora suas muitas e lindas mulheres! Realmente gosto do Milo, e é uma pessoa que irei admirar por muito tempo”.



Trabalhos:

  • Borgia 1: Blood for the Pope (2006) (com Alejandro Jodorowsky)
  • Borgia 2: Power and Inceset (com Alejandro Jodorowsky)
  • Indian Summer (com Hugo Pratt)
  • El Gaucho (com Hugo Pratt)
  • Sandman: Endless Nights (de Neil Gaiman)
  • X-Women (de Chris Claremont)
  • Breakthrough (1990) (com Enki Bilal, Neil Gaiman, Dave McKean, etc)
  • Butterscotch
  • Butterscotch 2
  • Piranese: The Prison Planet
  • Memory
  • Gullivera
  • Click
  • Click 2
  • Click 3
  • Click 4
  • WWW
  • The Model
  • Women of Manara
  • Aphrodite: Book 1 (com Pierre Louys)
  • The Art of Manara
  • The Art of Spanking
  • Manara's Kama Sutra
  • Bolero
  • Shorts
  • The Ape (com Silverio Pisu)
  • The Snowman
  • The Paper Man
  • The Golden Ass
The Adventures of Giuseppe Bergman:
  • The Great Adventure
  • To See the Stars: The Urban Adventures
  • Perchance to Dream: The Indian Adventures
  • An Author in Search of Six Characters: The African Adventures
  • Dies Irae: The African Adventures Book 2
  • The Odyssey of Giuseppe Bergman


 Prêmio:

2004: Eisner Award for Best Anthology, EUA




Web Site Oficial do artista:

http://www.comicon.it/MiloManarasite/pt/