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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Máscara Demoníaca




Em pequeno sítio arqueológico situado numa cidadezinha aprazível ao sul de CrowVille, eu e meus amigos também pesquisadores, buscamos encontrar o possível local de repouso da Máscara de Tzupan, um deus poderoso e, dizem as lendas locais, deminíaco. A tribo extinta que o cultuava resolveu escondê-la à quilometros de sua cidade, fato curioso e excitante para nós cientistas.
Após árduas buscas, Rachel finalmente encontra indícios da localização da Máscara de Tzupan e para continuarmos a busca em novo território, Wallace e eu resolvemos comprar provisões na única loja da cidade, a Stag's. A cidade é estranhamente silenciosa e inquietante, moradores arredios não respondem nem ao tradicional "Bom dia!";  com excessão de Gilbert, um senhor acabado pelos anos e pela bebida, vivia nos expulsando, dizendo que "-Lá não era nosso lugar, estávamos incomodando os Espíritos, blá, blá, blá..." Eu realmente queria ir embora, mas com a Máscara em mãos!

Compramos o que precisávamos e regressamos para o acampamento; estava escurecendo e não queríamos deixar Rachel sozinha. Ao chegarmos senti algo que não percebera antes:  na cidade o ar era denso, quase palpável pela tensão dos habitantes, já naquele sítio arqueológico o vazio dominava até no ar! Como se nada, nem mesmo o oxigênio houvesse ali, e mesmo assim pulsando sob toda essa inexistência, havia uma perturbadora presença invisível, era como se fossemos observados o tempo todo! Afastei estas cogitações inúteis e ajudei Wallace a transportar as provisões para nossa barraca.

Ao entrarmos, encontramos Rachel exultante! Havia descoberto uma placa de cerâmica com inscrições revelando o paradeiro da Máscara, dentro de uma peça encontrada durante o dia de escavações, era a estátua de Tictiazan a deusa da Criação e da Fecundação. Era muito estranho que ela fosse a guardiã do segredo da Máscara. Seria um aviso?

Compartilhei com meus amigos minhas dúvidas, mas chamaram-me de superticiosa e que na ciência, não havia espaço para folclore!
Decidimos ir ao encontro da Máscara no novo destino logo cedo para aproveitarmos o máximo da luz solar, na nova escavação.

A voz de Rachel gritando com todos para nos apressarmos, arrancou-me de terrível pesadelo que, embora de nada lembrasse, sabia ter sido horrível, acordei com a sensação de fuga, morte, sei lá...meu coração parecia que iria parar, parece bobagem mas, eu não queria ir ao encontro da Máscara. Rachel entrou na barraca dizendo:

- Anda! Está nos atrasando. Temos que atravessar a Colina do Sol antes do entardecer, para escavarmos no Monte da Sombras, como diz na cerâmica, antes do cair da noite.
Eu disse:

- Rachel, não quero ir! Estou com medo. Algo me apavora e, talvez seja a maldita Máscara.

Rachel, olhos arregalados e boca semi-aberta, aterrada, olhou-me por segundos que pareceram séculos, até que berrou a plenos pulmões:

- Você enlouqueceu?! Estamos à quilometros da maior descoberta arqueológica do século e você vem com bobagens folclóricas e atitudes irracionais?! Preciso de você como amiga, mas principalmente como antropóloga. Que Wallace e eu faremos? O grupo estará incompleto, preciso de seus conhecimentos!

- Então me ouça -eu disse- Não devemos ir. É perigoso e...

Nem terminei a frase, Wallace entra na barraca assustado com a gritaria:

- Hei que há meninas? - diz ele tentando disfarçar o constrangimento - Dá pra ouvir à quilometros a gritaria.

Rachel, furiosa, conta tudo enquanto ele me observa. Pemaneço calada afinal era tudo verdade, fora o fato do medo folclórico, um medo real me atingia como um marreta invisível e ninguém percebia isso!

- Beatrice, não creia nas alucinações de um velho demente e bêbado. Tudo que ele vem nos dizedo influenciou seu subconsciente. Não há nada a temer! - Disse complacente,dando tapinhas no meu ombro.

Já me decidi! - gritei- ficarei aqui esperando por vocês e ajudarei no que puder aqui!

Rachel disse que eu era louca  em deixar para trás e perder a grande descoberta. Mas a escolha não era dela!

Então eles partem deixando para trás um rastro de poeira e Beatrice extremamente preocupada...

Rachel e Wallace iniciam as buscas, deveriam escavar o quanto antes, pois o alvará de permissão arqueológica acabaria em três dias.
Procuram por toda parte, algum ídolo ou contrução, até que a sombra do meio-dia incidiu sobre o monte, revelado uma gruta, não vista antes.
Caminharam e escalaram até que encontraram a gruta. Segundo a cerâmica "Ela" estaria ali.

Procuraram exaustivamente, mas nada encontraram, nem mesmo uma ruíma, ou templo. A noite estava chegado e parecia trazer consigo uma tempestade de areia. Wallace chamou Rachel para irem embora. Ela  não quiz ir, estava obcecada! Não podia ser! A cerâmica apontou para lá, eles estavam perdendo algum detalhe. Num ato de fúria Rachel arremessa para longe sua lanterna que cai rodopiando no chão da gruta; então ela percebe algo iluminado pelos movimentos giratórios da luz, engatinha até lá e encontra uma fenda na rocha, pequena, porém grande o bastante para intruduzir a mão. Wallace alerta sobre o risco de animais peçonhentos, mas ela assume o risco e vai introduzindo cada vez mais lenta e cuidadosamente a mão até que sente algo liso com pequenos entalhes, era Ela! Tentando controlar sua ansiedade, retira da fenda pela primeira vez em 800 anos a Máscara de Tzupan!
Tão emocionados estavam que não perceberam a serpente perto da lanterna ainda no chão; ao pegá-la para irem embora, Rachel é picada e cai instantaneamente de dor. Wallace mata a cobra, mas não sabe como ajudar a amiga que agoniza em convulsões dolorosas.

- Wallace! Por favor deixe-me vê-la antes de morrer. - suplica entre gemidos Rachel.

- Você não morrerá, droga! Vamos sair daqui, estou pensando em como descer você, irmos para o Jeep e...

- Não! - grita Rachel- Não viverei o bastante...deixe-me...vê-la...rá...pi...do!

Wallace triste, abriu a bolsa de couro onde estava a Máscara e entregou-a à amiga que tremia com espasmos terríveis. Sua busca tivera êxito! Lá estava o maior tesouro do século em suas mãos, aproximou-a mais para ver detalhes, mas não havia nenhum, apenas buracos das órbitas e boca, mesmo assim era fascinante! Fraca pela morte iminente Rachel deixa a Máscara cair acidentalmente sobre seu rosto e algo inusitado e sinistro ocorre.

Repentinamente, a Máscara torna-se viva e gruda rosto da moribunda Rachel que estremece ainda mais, com a penetração da Máscara em sua pele; dores lancinantes provacam sua morte.
 Wallace horrorizado, olha o corpo inerte da amiga quando de repente ela se move. O corpo levanta lentamente e quando ergue a cabeça não é mas o rosto de Rachel, mas demoníaca figura com olhos flamejantes e presas horrendas; a criatura corre e ataca Wallace, rasgando seu pescoço e bebendo seu sangue, em seguida devora-o com ferocidade, ao terminar de devorar Wallace, Tzupan ergue o rosto demoníaco e ensanguentado para a saída da gruta.

Vento estranho sacode a barraca e o uivo da tempestade de areia aterroriza Beatrice que aguarda a chegada dos amigos. Estavam atrasados, e agora esse tempo! Estariam bem? Devo buscá-los? Perdida em pensamentos, percebo que a tempestade subitamente pára. Um silêncio tumular enche o lugar. Vou verificar o que está acontecendo, a luz da lanterna não mostra nada além da profunda noite, decido voltar para a barraca e ao virar-me deparo-me com bizarro e deminíaco ser ensanguentado, com as roupas de Rachel! Antes de formular um pensamento aquele demônio me ataca e devora, tento lutar mas sou dominada por morte cruel e agonizante.
Tzupan insaciável, devora  ferozmente o corpo de Beatrice e buscará satisfação na próxima aldeia , e na outra, e na outra.




Ariadne

A Árvore dos Sonhos



De cada ser que
almeja, planeja, deseja,
mas ao longo da jornada
abandona seus ideais
relegando-os ao esquecimento

Surge na Árvore dos Sonhos
um galho, uma imagem, um nó a mais
dos projetos abandonados, dos sonhos esquecidos
Ela mantêm resguardados em seu íntimo
os tesouros desprezados por todos!

É a Grande Mãe dos sonhos órfãos e
Guardiã das Grandiosas Ambições humanas!
Da alegria, inocência e felicidades perdidas...
Seus galhos abrigam tudo que foi
gerado, mas nunca executado!

Quando o vento balança Sua copa soberana
ouvem-se o triste lamento daqueles
que foram abandonados ou esquecidos
por seus genitores; que passam a vida
a buscar, sem cessar por algo a lhes completar...

Permanecem com a sensação de
vazio, intranquilidade, frustração
pois sua essência criativa repousa
longe deles, em galhos mais amorosos.
Tornam-se, então, incompletos 

sempre buscando e jamais encontrando
a plenitude, realização e paz
esqueceram-se de rogar ao
soberano Ser Guardião dos deserdados sonhos
que lhes devolva a essência abandonada!




Ariadne

Você



Queimei tuas fotos
tuas cartas e bilhetes
pois acreditava que o fogo
me libertaria de tua presença
impressa em minh'alma.

Mas, oh Deus! Tal gesto insano
inflamou mais meu peito e agora
recolho e guardo as cinzas dos
dizeres teus numa caixa, como tesouro
e o amor que te devoto continua aqui,

pulsando, gritando, enlouquecendo...
Tentei de tudo para deixar-te,
mas as correntes com que me atou
são tão fortes quanto meu
desejo de permanecer atada!

Triste sina a dos apaixonados!
Sempre a arder em invisíveis chamas
consumindo-se sem desaparecer!
E nas atitudes frias e distantes
de seus amados enchem-se de tristeza e dor...

Haverá um remédio, uma cura
miraculosa que liberte os
apaixonados deste cruel grilhão?
Que possa nos conferir a liberdade,
a paz e a felicidade?



Ariadne

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A busca




Refletindo sobre coisas da vida
vi uma menina igual a mim,
fazendo o mesmo!

Tentei saber dela as respostas
à tantas e diferentes dúvidas
mas não obtive resposta.

Ao tentar alcançá-la,
caí dentro dela e seu
formato se dissipou em

Milhares de pequenas ondas ...
balancei-me, sacudi os braços
pedi socorro e a resposta

Foi o eco de minha própria voz.
A "outra" se fora e eu fiquei!
Submersa, envolta por denso líquido

Foi quando uma luz
brilhou em meu ser!
As respostas que eu buscava,

Sempre estiveram em mim!
E só agora percebo isso
com alegria e tristeza,

Já que, molhada e solitária
mergulhando cada vez mais na escuridão
encontro a iluminação!



Ariadne

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Josephine Wall

Desde a  infância Josephine Wall teve uma paixão pela luz e cor, fantasia, e narração de história visual.
A vida de pintora foi claramente o seu destino!
                                                Encantar com cascata de imagens detalhadas livremente, fez da sua imaginação fértil em um fluxo infinito de idéias.
A maior parte da inspiração das suas imagens místicas vem da sua observação fechada da natureza e o seu interesse em sua preservação.
                        Embora ela muitas vezes se esforce por comunicar uma mensagem nas suas cenas, ela também espera inspirar no seu público uma viagem pessoal no mundo mágico da sua própria imaginação.



Site da artista:

http://www.josephinewall.co.uk/art_gallery.html